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Cuando el amor es una trampa!

Ante uma decepção, ruptura ou abandono amoroso, é inevitável passar por fases de tristeza, desespero, impotência...Os sonhos, as ilusões, rompem-se para uma parte ou outro do casal e geralmente começa um calvário, cuja duração depende de cada pessoa, que passa por várias fases:

1. Fase da súplica: a primeira reação pode ser chorar e implorar o amor da outra pessoa. Não se perde a dignidade por dizer a alguém que o ama, mas sim quando estão dizendo que não o querem e ainda sim segue insistindo como se não se tivesse valor, como se em sua vida não fosse ter outra oportunidade de encontrar alguém que o mereça.

2. Fase de racionalização: nela a pessoa rancorosa, que não entende como tudo funcionou muito bem e de repente tudo de se desmantela, tenta, então, através da racionalização fazer ver que a outra parte está errada, que não vai encontrar alguém igual, que tudo vale a pena pelo tempo investido e que há possibilidade de corrigir o que não funcionou.

3. Fase da loucura: nela que se passa do amor ao ódio. Verbaliza-se que não se quer saber nada do outro, mas contraditoriamente se buscam mensagens, chamadas ou alguém indício que a outra pessoa pode ter reconsiderado e volte.

4. Fase de adaptação: pouco a pouco, a vida vai se organizando. Como todo processo de perda, as coisas começam a encaixar nessa nova etapa da vida. Começa a normalizar sua rotina, dorme melhor, trabalha como sempre, relaciona-se com seus amigos, a outra pessoa deixa de ser o protagonista de todas as conversas.

5. Fase da indiferença: já está preparado para viver sem a presença da outra pessoa, não traz lembranças, e por fim passou para um segundo plano. Isto não significa que ao se encontrar só o coração não o traia e volte a despertar boas e más recordações, mas em geral vive alheio a sua ruptura. Já não há desafeto, senão um período em que se abre e se sente seguro.

6. Fase transversal: vive-se longe de todo o processo de perda e desafeto. Os protagonistas dessa fase são seu apoio social, aqueles que não o deixam por nada para o animar. São os bons amigos, essa parte da família que sempre está para tudo, aqueles que desejam sempre a sua felicidade. Escutam-se essas pessoas porque têm uma visão diferente do que se passou e agora dirão tudo o que pensavam de forma sincera, opiniões que igualmente tinham mais se calaram por respeito a sua relação e suas decisões. Deixa-se levar por essas pessoas.
 
Normalmente vivemos imersos na velocidade, mas quando um se vê numa ruptura amorosa, parece que tudo vai mais devagar, que as horas não passam. Deixa-se de viver o presente porque é onde se convive com a tristeza e nos dedicamos a contemplar o passado como se pudéssemos alterá-lo. Existem pessoas que dão voltas e voltas, fantasiam com a possibilidade de regressar no tempo e o verbalizam.  Todavia, isso não é possível e se pode ter certeza de que depois de alguns meses, superado o inferno da perda, que se vê com outros olhos, inclusive se chega a vislumbrar sua parte positiva.
Não se vive a separação de forma irracional, como se o mundo se acabasse depois dessa pessoa amada. A emoção dominante nesses momentos é tão intensa que se pensa que é a única verdade existente. A forma de avaliar, de interpretar e de resolver a ruptura será a chave para lutar e seguir adiante dignamente. Aceite a perda, deixe de reprovar, de buscar responsáveis, de se sentir um miserável. A vida segue.
Salvo que seja feliz na relação com o parceiro, ninguém tem a obrigação de permanecer ao lado de alguém a que não se valoriza ou ama. As pessoas são livres para estarem sozinhas ou buscar com quem se sentem vivos. Poucas vezes se rompe um amor em mútuo acordo.

Talvez alguns bons conselhos que ajudaram a se ter mais autonomia e a contemplar o mundo de outro ponto de vista são:

1. Reinterprete. Realmente não é a ruptura o que não o deixa viver, senão o resultado da avaliação que se faz dela. Crer que a situação é catastrófica e que não se pode resolver é só um estilo negativo de enfrentar as coisas. Mas se se crê que realmente é assim, por certo se decorrerá assim. Comece a focar a situação no que ainda te faz se sentir bem. Seguir adiante ou não depende de você; se você não se salva, ninguém o fará. O que pensa, o que faz ou o que sente se influenciam mutuamente. Tem-se que se aceitar que tudo vai passar por um período ruim, mas que também voltará a seu normal.

2. Aproveite as emoções. É necessário aprender a tolerar a frustração e outras emoções negativas, porque com elas se amadurece. Haverá dias que a intensidade e variedade mudarão porque se trata de um processo de dor pela pessoa perdida. Não têm mais protagonismo do que se queira dar. É bom aliviar esses sentimentos através do exercício físico, expressando-os por escrito ou através da pintura, da música ...

3. Fale e escute. Falar com seus amigos sobre que ocorre é importante, mas faça-o, se puder, com vários amigos, para não colocar sobre os ombros sempre do mesmo. Fale também a esses amigos sobre outras coisas de sua vida, pergunte por eles a fim de que as conversas se tornem em monotemas: seu ex. Não é a única pessoa com problemas, nem seu problema é o mais grave, somente se dará conta disso se se escuta aos demais. É o momento de fazer parte em causas e projetos solidários. Sua dor perde valor quando convive e é empático com os outros.

4. Atue sobre o comportamento. Atreva-se a conhecer pessoas novas, visite ambientes que sempre gostou de frequentar. Não espere estar bem para fazer as coisas. Esta regra funciona ao contrário: tem que fazer coisas para poder chegar a estar bem.

5. Cuide-se. Vigie seu aspecto, alimentação, higiene e saúde. Dedique mais tempo a isto e menos a pensar. Sobretudo no início, permita-se caprichos que o façam melhor e que habitualmente não se permite.

6. Rodeie-se de que pessoas que o querem. O apoio social é importantíssimo nessas situações. Não caia na armadilha de buscar a solidão constantemente, não o ajudará a distanciar-se do passado.

7. O passado serve para aprender. Se está arrependido de algo, é melhor buscar seu próprio perdão que seguir tentando que o outro o perdoe, porque se já não se ama, é igual que se faça por muitos méritos para demonstrar o que vale: sinceramente não o atrai porque não o quer. Guarde esses valores para pessoas que possam apreciá-los e gaste sua energia em outras atividades.

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