Lá aportando tive
um susto. Havia por ali uns quenianos com roupas coloridas, tênis para correr,
malas de esporte. Cheguei até a pensar que o ônibus era de alguma delegação olímpica
e nos levaria pra Londres. Ou quem sabe uma versão antecipada da São Silvestre
em São Paulo. Quando olhei para o outro lado, pensei que definitivamente meu
ônibus não iria para Oslo, mas para Meca. Eram tantos árabes e turcos, com suas
túnicas, turbantes, barbas enormes, sem falar das mulheres com véu ou burca.
Faltou mesmo só um deles ali estender o tapete e começar a rezar, já nos
indicando o caminho pra cidade sagrada (toda vez que eu me lembro disso fico a
pensar: será que, em viagem, essa povo leva também uma bússola para essa tal
orientação???). Pra piorar meu desespero, chegam por ali uns quatro bolivianos
e sacam subrepticiamente do bolso umas folhas verdes e as tacam logo na boca. Será
que vamos pra Meca, São Paulo, Machu Picho ou Oslo? Enfim, só Deus sabia a
resposta e o que me aconteceria.
Entrei no ônibus
e ao meu lado senta-se o único incrível Hulk árabe,e claro, com seus fones de
ouvido no último decibel. Não sei se era mesmo grande ou era espaçoso e surdo,
o que sabia era que aquela música árabe não me deixaria dormir. Atrás e à
frente, todos gritavam como se fosse algum código decifrável aquela língua de
eletrocardiograma. Por fim e ao cabo, senta-se a minha frente uma senhora com
seus quase 80kg, na ponta do corredor, e suas duas filhas de 13 ou 14 anos
dividindo apenas duas poltronas. Só faltava mesmo, o frango, a farofinha de ovo
e aquele refogado de repolho para que aquilo virasse uma bomba humana. Se
aquilo ia ou não explodir, eu não tinha como saber, o que fiquei sabem só
dentro do ônibus é que o banheiro estava estragado de modo que as paradas
seriam mesmo fundamentais para algum desarranjo.
Ao menos a
partida de Estocolmo se revelou uma verdadeira aventura do tipo periferia, zona
central (linhas 484 ou 445 do Rio são bons exemplos). Um verdadeiro sobrevoo
para todos os sentidos: audição (línguas que ninguém entendiam), visão (sem
comentários), tato (contato com o incrível hulk árabe), paladar (minha fome
estava matando), mas principalmente para o olfato (aquele farofa com repolho
tinha feito mal ao estômago de alguém que insistia em flatulências que nada se
pareciam com cheiro de perfume sueco ou francês). Toda aquela experiência
sociológica me impelia a querer mais e mais o momento da parada do ônibus, só
que infelizmente isso não ocorreu por todo o percurso. O ônibus era do tipo
pinga-pinga e ainda por cima só parou no meio de um estacionamento de
supermercado que já estava fechado. E detalhe: no meio do estacionamento e
debaixo de chuva. Assim, quem estava sofrendo do estômago não teve chance qualquer
de se recuperar e quem estava com fome porque não tinha levado a coxinha e a
farofinha de ovo da mãe(como eu) não pode se saciar. E a viagem seguia.
Eu, com toda
aquela mistura sensitiva, enfiava minha cara na janela pra ver se amenizava meu
sofrimento e também para reparar nas condições das estradas. A gente sai do
Brasil, pensando que vai encontrar todas as pistas duplicadas, com cinco ou
seis faixas. Que nada. Houve vários trechos só com mão e contra mão e o pior de
tudo: sem uma parada para aquele(s) esvaziamento(s) estratégico(s).
Enfim, depois de
oito horas de viagem chego à terra do verdadeiro bacalhau, terra do prêmio
nobel da paz, terra dos grandes fjords, terra das norueguesas, terra de
Osmundos. Ao chegar ali compreendi que rodoviária é sempre uma rodoviária. Seja
a do Tietê, seja a do Recife, seja na China, seja em Zâmbia ou mesmo no interiorzão
piauiense. Sempre vai ser meio suja cheirando a xixi, com banheiros também
sujos, com gente mal-humorada dormindo nos bancos e, de quebra, uns mendigos a
pedir teu último centavo. Meu Deus do céu. Pensei que veria banheiro com
torneira de ouro, norueguesas a distribuir informações todas sorridentes,
bancos com o design mais moderno do mundo etc. etc. Mas nada disso aconteceu.
O jeito então foi
enfrentar a cidade fria, a chuva meio gelada e seguir para o hostel. No trajeto
até lá percebi que figurar entre as top-five do IDH da ONU em termos mundiais não é sinônimo de
paraíso no céu. Sujeira no chão e até camelô com artigos chineses, você encontra
por ali. As globalizações chinesa, turca, africana e também latina chegaram
todas juntas por ali. De mansinho, a cidade parece que foi se transformando.
Ainda que o Ankser divida a cidade (rio divide entre o lado oeste da classe
dominante e o leste da classe dominada – à la Marx), essas globalizações estão
mesmo por toda a parte da cidade de Oslo.
Cheguei ao
hostel e ao quarto para um descanso (detalhe: pelos lados noruegueses não era
necessário tirar o sapato ….uffa!!!). Dormi por 6 horas seguidas e ao acordar
resolvi seguir para o palácio da Ópera, talvez o prédio mais visitado da
capital norueguesa. Em verdade, um ponto de encontro, de lazer e de atividades
culturais para os locais. O mais incrível do prédio é mesmo poder caminhar até
o seu topo e de lá avistar quase toda a cidade. Niemeyer deve ter dado algum
pitaco naquilo, no mínimo.
Quando estava
saindo do Ópera recebo uma ligação de Osmund. A princípio não entendi quem era
e perguntei novamente: Dr. Osmundos? Ao que respondeu: Sim, por aqui, sou
Osmund, apenas Osmund. Disse então: ok ok. Perguntou-me como havia sido a
viagem, como estava no hotel, ao que omiti os permenores sensitivos do percurso
e fiz-lhe acreditar que havia sido a viagem de ônibus mais fantástica da minha
vida. Como aquilo já era sexta-feira, convidou-me, então, para um passeio no
dia seguinte em uma cidade costeira chamada Bergen. Dali poderíamos partir em
um passeio pelos fjords e conhecer um pouco mais do potencial natural daquele
país. Prontamente aceitei o convite. Seria um passeio de fim-de-semana.
Marcamos então às 9h20 da manhã seguinte.
Voltei para o
hostel próximo das 22h30, mas havia sol para dar e vender. Por lá, a noite
chega perto das 23h40, meia-noite. E pasmem, perto das 4h da manhã, o sol já
está de volta! Aquilo é muito diferente e, por isso você perde completamente a
noção do tempo. Aliás, essa variável tempo me marcaria por aquelas bandas.
No dia seguinte, perto das 9h, já estava na estação de trem, pronto para o fim-de-semana nos
fjords. Osmund apareceu-me esbaforido dizendo que se sentia envergonhado, mas que
não poderia seguir comigo para Bergen. Compromissos pessoais o impediam. E como
forma de recompensar-me, comprou os bilhetes de ida e volta e ainda fez todas
as reservas no hotel em Bergen. Não poderia negar a oferta (claro!) e resolvi
seguir viagem sozinho.
Perto das oito
horas no ônibus do dia anterior, as seis de trem até Bergen pareceram frações
de segundos. Lagos, montanhas, cidades pequenas e pitorescas, casas no meio das
montanhas ainda com neve davam àquelas horas as mais incríveis sensações.
Olhando tudo aquilo ainda tentei me lembrar de como eu queria compartilhar
aquilo com algumas pessoas, mas só consegui mesmo me lembrar era do tanto de
brigadeiro que teria que vender depois daquela aventura e também do cheiro
horrível de desodorante vencido que uma alemã à minha frente estava. Enfim, com
brigadeiro ou não e CC vencido (da alemã, por favor), cheguei a Bergen.
Cidade pequena e
costeira, Bergen parecia uma cidade de boneca. Com uma feira de frutos do mar
praticamente à porta do hostel, deixei logo as coisas ali e fui me aventurar
nas delícias do mar do norueguês. Fartei-me com um salmão e com um bacalhau
verdadeiros. Sabor inigualável. Nem minha tia Celita faria um bacalhau daquele
naipe. Com o estômago devidamente referenciado, resolvi dar uma volta pela
cidadela. O último ponto (isso porque já não aguentava mais caminhar), e
talvez, o mais emocionante, foi um mirante que possibilitava avistar quase toda
a baía, a parte mais baixa e também a mais alta da cidade. Aquilo era mesmo
bonito.
No dia seguinte,
o barco para os fjords partia às 8h00. Como pelos lados europeus 8h são mesmo
8h e não 8h05 ou 8h10 ou 8h30, você tem que estar ali no horário. Só que quando
eu acordei já era 7h35! Putz! Saltei da cama, arrumei-me em 5 minutos (se fosse
em outros tempos teria que esperar gente usar um foguetinho ainda para sair….ehehehe) e segui correndo para o local
de partida, com um lanchinho qualquer na mão. Entrei no barco às 7h58. Só foi o
tempo de sentar e o barco partir.
Montanhas
altíssimas, cidadelas pequenas, neve, barcos de pesca. Coisa de cinema. Visão
indescritível. Só quem está ali para sentir o que a natureza divina pode ser
capaz de transmitir. Acho que foram as três horas mais extasiantes que vivi.
Chegando a Flam, pegar um trem íngrime no meio das montanhas com lagos e neve
derretendo formando umas enormes cachoeiras era ainda mais extasiante. Dali até
Mirdal e de lá até Bergen de trem, o momento era de descanso e de reflexão
sobre a vida: “Esse mundo tão grande e bonito e eu lá em Brasília batendo
carimbo (e vendendo brigadeiro)?! Meu
Deus!”.
Voltei a Oslo depois
de almoçar mais uma vez aquelas delícias do mar, mas principalmente com todas
aquelas imagens idílicas na cabeça e certo que havia muito a fazer e a conhecer
nesse mundo de Deus. Para algumas pessoas, a morte de alguém é o momento para pensar
na vida, mas pra mim, a própria vida é o momento exato de se pensar no que se
faz, no que não se fez e no que se pretende fazer da própria vida. E como
sempre digo, a vida é bela porque pode ser refeita.
Cheguei no fim do
dia ao hostel em Oslo e havia um recado para mim de Osmund: Amanhã, 11h37, Universidade,
Laboratório de Química. No primeiro momento não entendi porque um laboratório,
já que o camarada trabalhava com desenvolvimento sustentável, mas vá lá,
existem doidos pra tudo. Fui dormir pensando no que havia até ali visto e também
no mistério que o professor pardal de Osmund escondia. Dirigi-me então ao
quarto para tentar dormir, só que foi apenas uma tentativa. Isso porque já na
recepção já se ouvia o ronco do gordo que dormia justamente no meu quarto. O
ronco do cara era tão alto, mas tão alto que mesmo do quinto andar e a porta
fechada era possível escutar aquele barulho na recepção. O cara tinha algum
tipo de megafone na boca. Não era possível ter um ronco tão alto daquele. Pensei
em mudar de quarto, mas àquela altura da noite já não seria possível. Tive que
enfrentar o gordo roncador.
No combate com o
roncador eu saí perdendo, claro. Acho que teria sido mais fácil eu dormir no
meio de uma rave que com o ronco do cara. Acordei logo cedo e segui para um
parque que há ali próximo à universidade: o parque Vigeland. Com imensas
esculturas representando algumas passagens da vida, o parque recebe hordas e
hordas de turistas. E como psicólogo social era interessante observar a reação
das pessoas às grandes esculturas. Algumas riam, outras paravam e olhavam, olhavam.
Mas o interessante mesmo era tentar perceber a diferença entre chineses e
japoneses. Tudo com o olho puxado. Tudo com máquina fotográfica. Tudo rindo e
tirando milhões de fotos. Tudo falando uma língua incompreensível Pensei: deve
ter alguma diferença, não é possível. Foi então quando resolvi olhar não pra
xerox que era a cara de todos os japas e chinas, mas para para os pés dos orientais.
Ahhh, aí sim eu percebi a diferença. Japa não usa tênis da Asics com o nome
Esic (bem grande na lateral), ou tênis Adidas com apenas uma lista, ou ainda meia
Reebok escrito Riibook. Ahhhhh….foi tiro e queda. Chinas com sapatos e meias
falsificados do paraguai e máquinas menores. Japas com máquinas enoooormes (inversamente
proporcional a outras coisas deles) e com sapatos e tênis originais.
Satisfeito então
em ver as esculturas daquele artista famoso e ainda depois da eterna constatação
sociológica e tecnológica dos orientais, segui para a Universidade de Oslo, mas
antes passei em uma loja e comprei uma garrafa de água e ainda um suco meio
estranho que, segundo a atendente, era uma bebida da região. A água eu tomei,
mas o suco meti-o na mochila para beber depois.
Cheguei à
universidade bem antes do combinado o que me dava tempo de conhecer um pouco
mais de suas instalações. A biblioteca parecia um shopping. O refeitório, um
restaurante de três estrelas. A loja da associação de estudantes, uma livraria
com os mais recentes títulos de todas as áreas do conhecimento. Observar tudo
aquilo foi bem interessante até que às 11h37 estava à frente do Laboratório de
Química e com Osmund à frente, já à minha espera.
Ele, como sempre,
muito solícito, amigável, com seu português impecável, perguntou-me como havia
sido o passeio em Bergen, o passeio pela cidade e tals. Falei das maravilhas
que havia conhecido. A conversa seguiu e até que Osmund me perguntou qual era o
meu conhecimento na área de biologia molecular e ou mesmo estética
intramolecular. Disse-lhe apenas: serve dizer que ainda lembro de adenosina com
timina, citosina com guanina? Osmund riu-se e disse que aquilo era apenas a
primeira página do livro que ele me apresentaria.
Levou-em então para
uma sala de interrogatório e fez-me assinar uma diversidade de papeis para que
não divulgasse o que ali veria e ouviria. Prontamente assinei e disse que me
comprometia a revelar só o que fosse permitido. Ele concordou e me avisou que
se descumprisse aquilo poderia sofrer sérias consequências.
Saímos da sala e
ele voltou a sorrir e a me perguntar o que me lembrava das aulas de química e
biologia.
Quando entramos
no laboratório, pensei que tinha sido teletransportado para um daqueles do CSI.
Máquinas, computadores, tudo de última geração. Osmund riu-se mais uma vez e me
disse que aquele era o único laboratório da Escandinávia a fazer criar moléculas
e substâncias para envelhecimento e de rejuvenescimento.
- Como assim?
- Sim. Aqui
desenvolvemos substâncias que aceleram o envelhecimento e também o
rejuvenescimento.
- Meu Deus. Vocês
conseguem envelhecer e rejuvenescer ratinhos e porquinhos?
- Ha ha ha. Riu-se. Aqui não trabalhamos mais
com esse tipo de experimento. Temos distribuído as pílulas AH42TY39 para pessoas
em todo o mundo.
- Todo o mundo?
- Sim. Desde a
Noruega até o Brasil.
- Brasil?
- Sim. Brasil. Ou você acha que sua presidenta
com aquela cara de companheira metalúrgica petista teria vencido as eleições
como? Tivemos que dar uma repaginada na cara e na estética daquele brucutu. Até
sugeri para a equipe da outra candidata (Marina Silva até para os noruegues tem
aquela cara de assembleiana do interior) usar as pílulas, mas a equipe me ligou
dizendo que aquela experiência não era sustentável espiritualmente por isso não
aceitaria aquela repaginação pessoal.
- Nossa. Fale
mais. Fale mais.
- Sim. Outro
exemplo é o Dalai Lama. Com seus 196 anos não poderia andar por aí pelo mundo
falando em zen-budismo com tanta facilidade. Ah, também tem o Sarkozy, ex-presidente
da França. Como é que você acha que um velho daquele com seus 132 anos poderia
se casar com uma mulher 100 anos mais jovem? Viagra perto disso aqui, meu caro,
parece pirulito de criança!!!
-Caramba. Que
loucura. E nos EUA tem alguém famoso que usou suas pílulas?
- Ah, aquele país
é um país de doidos. Sempre vem um aqui e me pede para comprar, mas eu sempre
tenho que negar. Lembra do Michael Jackson? Venha, vou mostrar-te umas fotos
que fizemos quando ele ainda vinha aqui, secretamente.
Osmund me mostrou
umas fotos de quando Michael começou o tratamento. Era ainda um jovem negro e
forte. Segundo Osmund, com os resultados promissores do tratamento, o cantor passou
a ficar dependente daquilo e queria doses cada vez maiores. Por isso aquela
transformação bizarra cada vez que o cantor aparecia em público. Até que um
dia, a secretária do cantor aparece no laboratório e pede uma remessa especial
de 2kg do medicamento. Disse-lhe que aquilo era impossível e perigoso, já que
cada pílula tinha no máximo 45g. Além disso, ele ficaria com o aspecto de um
menino de 15 anos. A secretária disse que o cantor sabia dos resultados e também
dos riscos e insistiu para que produzisse em uma semana a quantidade determinada
por Michael. Osmund disse que cumpriu o combinado, mas dali a duas semanas, o
cantor falecia, por certo, com uma overdose da pílula AH42TY39. Aquilo era bom,
mas poderia ser letal para algumas pessoas.
Fiquei curioso em
ver o processo de produção e mais ainda, de obter algumas para mim (se hoje,
sem pílula alguma já me dizem que sou 6 ou 8 anos mais jovem, com uma pílula
dessa vou parecer pra lá de um garotinho) e para minha família (em especial, para
uma tia que ficaria beeeem feliz com a tal pílula …eheheheh), mas Osmund disse
que aquilo era contado e que levaria algum tempo para produzir algumas pílulas
extras. Fi-lo prometer que me enviaria assim que pudesse, ao que Osmund
concordou, desde que assumisse completamente o ônus da confidencialidade.
Aquilo me pareceu
coisa de cinema. O tempo parecia ter se retardado com toda aquela viagem,
porque já eram 22h quando saía do laboratório. Osmund, por último, ofertou-me
umas balas meio grudentas que estavam num vidro transparente e peguei uma para
experimentar. Tinha um sabor estranho. Nunca tinha provado bala salgada. Disse
que aquilo era produzido na Dinamarca. Achei meio ruim no início, mas continuei
a degustá-la.
Despedi-me, então,
de Osmund. Agradeci os momentos agradáveis, a confiança para as revelações bombásticas
que fez (que claro, não as revelarei nesse blog aqui e nem nunca) e também sua
simpatia incomparável. Mostrou-me então o caminho do metro e as direções para
voltar ao hostel. Todavia quando estava no caminho andando, lembrei do suco que
havia comprado. Aquele sabor de sal na boca…………….e puf.
Não me lembro
mais de nada. Nada, nada do que me ocorreu à saída do laboratório. Lembro-me
apenas de estar no trem devidamente vestido, com minhas malas prontas e me
dirigindo para o aeroporto. Notei ainda um pedaço de papel no bolso dobrado. Era
propaganda de uma promoção da Zara, mas tinha um recado no verso em inglês que
dizia mais ou menos assim: “Nos vemos então, e não se preocupe que levo comigo
pra lá sua máquina fotográfica. Abraços”.
Quando cheguei ao
aeroporto, o relógio marcava 5h20 da manhã. Tinha à mão o bilhete pra Lisboa já
com o check in feito. O jeito era embarcar para a cidade indicada, mas fiquei
seriamente preocupado com aquilo. O que será que me ocorrera durante todas
aquelas horas? Será que a bala tinha algum entorpecente? Ou foi a bebida da
região? Putz, e minha máquina? Onde era “lá”????!!!!
Tenho então que
fazer outras viagens para tentar descobrir se lá é é mesmo. Quem sabe consiga
encontrar minha máquina, mas principalmente ter todas essas respostas pra
aquelas pílulas e balas…….
Quero comprar seu livro!!!
ResponderExcluirBeijos
Maria Claudia
kkkkkkkkkkkk a sua aventura no onibus foi comica, me fez lembrar demais da minha aventura no metro de Istambul rsrs Voce vera, muito parecido em cheiros, visual, desespero kkkkkkkk
ResponderExcluirE a pilula de rejuvenescimento, genial, so assim para nossa presidenta mesmo, agora descobrimos o segredo!!!
Parabens, continue com suas peripecias...
Muito legal! o texto me fez sorrir bastante.
ResponderExcluirUm abraço!
Fala aí jorge amado da arniqueira. Essa historia é interessante para um livro e esquisita para um cara tão inteligente como tu.
ResponderExcluirAndou mascando as folhas verdes no ônibus.kkkkkk
abraços, se cuida e compra um GPS.
Caro Rogério,
ResponderExcluirVê se posta logo a parte 3 dessa história, porque o que fizeram contigo depois dessa balinha talvez seja o maior segredo desse livro.
Abraço
Elton