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Certa dose de frustração

  Depois de um pleito político bastante acirrado com acusações dos mais diversos níveis e conteúdos e as diversas situação vividas e sentidas nesse interregno, creio que o ensino que fica é que, sob a base de um relacionamento individual e coletivo, precisamos aprender a conviver e a nos adaptar.
  A convivência exige uma tolerância constante e, principalmente, certa dose de frustração. Todavia, como vivemos de conflitos, de altos e baixos, encontros e desencontros, aprendemos, cedo ou tarde, que fazer concessões abre-nos portas e, principalmente, a possibilidade de viver prazer mais requintados (ainda que postergados).
  Pena, contudo, que muitas pessoas não conseguem viver (e sobreviver) com a negação de seu prazer imediato. Com o menor desconforto que lhe abate, desfaz a História e outros histórias, um presente (caótico, às vezes) e até mesmo a possibilidade de um futuro harmônico e próspero. A estes, cabe nada mais que a frugalidade da vida ou o determinismo da infelicidade.
  A estes e a outras restam-lhes apenas dizer que é preciso saber viver, como dizia a velha música.

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