Há muitos anos, durante a ditadura no Brasil, os jornais, vez ou outra, publicavam receitas de bolo no lugar de suas preciosas notícias. Algumas, dizem, vinham com mensagem subliminares espalhando certos códigos secretos que posteriormente serviriam para orientação dos ditos subversivos ao regime. Não sei se Dilma, Brizola, Raul Seixas, Gilberto Gil, Niemeyer (que Deus o tenha), entre outros, utilizaram dessas famosas receitas para se orientarem no Brasil ou no exterior. Todavia, por certo, poderiam tê-las utilizado a fim de realmente executarem os bolos, os manjares, as comidinhas para realmente se alimentarem no exterior.
Feliz ou infelizmente, vou ter que seguir, ao menos para este post, aquela velha orientação da ditadura e publicar uma receita de bolo. Acho que é a forma menos subversiva e mais democrática, perante o cenário político atual de reeleição, para espalhar meus códigos secretos a todos que puderem me ler (você sabe que é de você mesmo que estou a falar ...ehehe).
Mas além disso, é ainda uma forma também de me conectar a todos os estrangeiros que vivem ou viveram, por razões nobres ou espúrias, no estrangeiro e têm senão uma receita brasileira, de mamãe ou de papai (no meu caso específico, deste último, primaz cheff na região onde vive) para tentar matar a saudade de sua terra natal.
Lembro-me da primeira vez que fiz o bolo que ora passo a receita lá nas terras além-mar, não teve pra quem quis. Não queria compartilhar com os irmãos patrícios, mas apenas com os brazucas que moravam comigo na tentativa de que sobrasse mais pra mim. Não teve jeito, os compatriotas Thaís Curvelo e Diogo Dias, nobres baianos, talvez não acostumados aos gostos e delícias candangas, junto comigo, claro, devoramos o bolo. Sobrou alguma coisa para o outro dia, mas bem pouco.
Comer aquele bolo não era apenas para saciar a fome. Era, em verdade para matar um pouco da saudade do Brasil, das pessoas amadas, dos gostos refinados e ricos. Era na verdade uma oportunidade para conversar e trazer à realidade as boas lembranças de nossa terra varonil.
Depois de ter repetido outras vezes aquela façanha de fazer um bolo, compreendi um pouco do que aqueles exilados podiam sentir. Compreendi um pouco o que aquelas receitas, ou a ausência delas significou a uma época em que liberdade valia ouro.
Enfim, espero que um dia, com receitas ou não, com códigos secretos ou não, eu e tantos outros brasileiros que também vivem, e viveram, no estrangeiro possamos finalmente ver que o Brasil sonhado e visto pelo lado de lá é tão bom como o gosto de poder matar a saudade de nossa comida, de nosso povo, de nossa esperança.
INGREDIENTES:
Ingredientes do tipo I
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Ingredientes do tipo II
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½ Xícara de leite
Duas bananas
½ xícara de óleo
3 ovos
1 xícara de açúcar
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1 xícara de farinha de trigo
1 café de fermento em pó
1 pitada de sal
1 pitada de bicarbonato
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MODO DE FAZER:
Misturar todos os
ingredientes dos tipo I e II
separadamente (não sei o que há, mas quando se bate tudo de uma vez, a coisa
não rende …eheh).
Misturar os dois
grupos à mão ou no liquidificador.
Colocar a mistura na forma untada com manteiga e trigo.
Levar a mistura ao forno a
180º.
Tempo para assar:
45 a 50 minutos.
PS1: Se alguém fizer a receita, por favor, mande-me um pedaço por Sedex?????
PS2: Quem quiser a lista completa de alguns desaparecidos, exilados, torturados na época da ditadura brasileira, aqui está um bom começo.
PS3: Se você quiser me conhecer mais, acesse meu facebook ou me mande um email
PS2: Quem quiser a lista completa de alguns desaparecidos, exilados, torturados na época da ditadura brasileira, aqui está um bom começo.
PS3: Se você quiser me conhecer mais, acesse meu facebook ou me mande um email
Interessante a história para mudar a própria História ou até mesmo a estória. Senti um certo vento de um sentimento chamado saudade... que de vez em quando sopra suave... e outras vezes mais forte. Só se que é muito bom escrever nossa história fazendo amigos nessa jornada. No final você pode observar quanta riqueza foi adquirida nessa caminhada.
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