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Se Niemeyer, como professor da UnB, não conseguiu consertar, será que agora com Deus a coisa vai????


  



No dia posterior à morte de Oscar Niemeyer, depois de ter lido algumas curiosidades sobre o arquiteto, uma me chamou especial atenção e que de certa forma me liga a sua história: a dele ter sido professor da Universidade de Brasília. Esse detalhe ressaltou minha relação de amor e tristeza (para não dizer ódio com alguns dali) quando li a respeito. Os anais da história e algum registro perdido ali na Reitoria da Universidade de Brasília devem confirmar esse fato histórico. 

Certa feita ouvi que a UnB, nos sonhos do grande Darcy Ribeiro, teria sido a melhor universidade brasileira não fosse a proximidade do poder central. A participação e a dedicação de grandes mestres que por ali passaram apontam nessa mesma direção. 
A história da invasão de agosto de 68, a de que, por várias vezes alunos tinham como companheiros de classe agentes infiltrados e ainda soldados militares ao pé da porta, e uma outra que uma ex-professora conta sobre a utilização de um buraco que saía dali do final do ICC Norte e seguia até o CO (pra quem não conhece a UnB, imagine um buraco de esgosto com uns 3km de extensão) ainda me emocionam. Fazem-me sentir orgulho de ter ali vivido por 11 anos (não no buraco, claro!!!!!!!!!!!). 

Infelizmente esse momento nostálgico passa bem rápido quando lembro de outras invasões que ainda hoje a UnB sofre. Invasão de corruptos (precisa citar nomes????), invasão de professores picaretas (que não têm nada da vocação weberiana), de alunos que não querem estudar (ou só querem saber do truco nos CAs e de outras viagens "regadas"), de empresas fajutas de consultoria, ou ainda a invasão de um sistema governamental que abala suas estruturas de concreto e humanas. Aquela invasão de 68 deixou algumas marcas na instituição, estas parecem, contudo, que vão colocar tudo abaixo.

Não sei se a presença de Niemeyer teria lá impedido alguma coisa no que a UnB se transformou hoje. Uma coisa é certa, pelo menos: haveria procissões diárias a sua sala para transformar aqueles corredores subterrâneos mal-cheirosos (como diz o burocrata  Elton Fabian) em salas de museu ou em grandes salões de festas , de jogos ou de descanso. Afinal, depois daquela refeição do bandeijão no meio do dia ou de uma aula de Introdução a qualquer coisa todo mundo merece um bom momento e local para desonubilar. 

Mas a pergunta que fica com a morte do arquiteto e ex-professor da UnB, Oscar Niemeyer, é: será que ele com o Grande Arquiteto lá em cima conseguirão iluminar alguém para dar jeito naqueles corredores? Mas, principalmente, essa iluminação conseguiria ajeitar também a Universidade? Não sei. Acho que até lá, Deus depois de tanto tentar e tentar vai se cansar e vai desistir. 
  

Comentários

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